Dentre as várias mexidas previstas para as próximas semanas na estrutura do governo Lula, uma em especial está tirando o sono da equipe da ministra Simone Tebet, do Planejamento – e não tem nada a ver com a entrada do Centrão no governo.
Trata-se da pretensão do presidente Luiz Inácio Lula de nomear o economista Marcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que está sob o comando de um interino desde janeiro.
O instituto, que no governo de Jair Bolsonaro ficava sob a estrutura do Ministério da Economia de Paulo Guedes, agora está no Planejamento.
O nome de Pochmann passou a circular no Palácio do Planalto há algumas semanas e sua indicação está sendo atribuída a Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo, do PT, e amigo de décadas de Lula.
Simone Tebet chegou a ser sondada nos últimos dias por um ministro palaciano sobre a indicação de Pochmann, mas não se posicionou a respeito ainda. Tebet e Lula terão uma reunião nesta segunda-feira às 16h, em que a sucessão no IBGE provavelmente será discutida.
Em tese, cabe à ministra do Planejamento quem escolhe e nomeia o presidente do IBGE – a menos, é claro, que Lula faça questão de ter o economista no posto.
Nesse caso, estará instalada uma saia justa e muito provavelmente até uma crise, uma vez que no Planejamento a possibilidade de Pochmann vir a comandar o IBGE é tratada como "um desastre".
"Nem o Centrão conseguiria apresentar um nome tão ruim. Nem o próprio PT", diz um integrante do Planejamento. (oglobo)