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Hoje é Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025.
Com a previsão de ocorrência do fenômeno El Niño neste ano, o Rio Grande do Sul está se preparando para lidar com um aumento nas chuvas durante a safra 2023/24. Essa mudança climática pode afetar a escolha das culturas a serem plantadas, especialmente nas áreas de várzea. Isso ocorre porque a possibilidade de alagamentos pode tornar inviável o cultivo de soja, levando os agricultores a optarem pelo cultivo de arroz.
De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Elmar Konrad, os produtores serão cautelosos ao decidir plantar em áreas de várzea que são mais suscetíveis a alagamentos. Por outro lado, áreas de várzea com boa drenagem podem favorecer a rotação de culturas com o arroz, o que pode ser uma alternativa viável durante o período do fenômeno climático.
Em relação à área destinada à soja no estado, Konrad afirma que a previsão de chuvas intensas pode influenciar as estratégias de plantio, mas não deve ter um impacto significativo na área total dedicada à cultura. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2022/23, o estado semeou a soja em 6,5 milhões de hectares.
"Os produtores gaúchos são conhecidos por sua crença e persistência, e mesmo diante de desafios climáticos, não desistem facilmente", enfatizou.
No entanto, o vice-presidente também alerta que aumentar a área de plantio de arroz em excesso, superando em mais de 20% a demanda, pode resultar em uma redução de até 40% no preço do produto. Por outro lado, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS), Eduardo Condorelli, acredita que o ano de El Niño pode beneficiar áreas de sequeiro que tiveram a produtividade comprometida em safras anteriores.
"Mais importante para a sociedade como um todo do que a área de plantio é o volume de produção", afirmou.
Segundo informações do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a última safra de arroz alcançou a segunda maior produtividade já registrada no estado, atingindo 8,79 toneladas por hectare. Quanto à soja em área irrigada, houve um marco histórico de 506 mil hectares de produção, com uma produtividade de 2,58 toneladas por hectare. (Portal do Conesul)
