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Hoje é Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025.
A China, que figura como o principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, está enfrentando uma desaceleração em sua economia, o que tem gerado reflexos nas exportações sul-mato-grossenses. O Estado já sente os efeitos, com uma redução de 22,12% nas exportações de carnes no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Carta de Conjuntura da Atividade Externa, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
O crescimento da economia chinesa no segundo trimestre, entre abril e junho, foi de 6,3%, abaixo das previsões dos analistas que estimavam 7% ou mais. Essa desaceleração é atribuída à fraca demanda do consumidor e à fragilidade nas exportações chinesas. Mesmo assim, o crescimento de 6,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da China superou a taxa de 4,5% registrada no trimestre anterior.
A influência dessa desaceleração já foi sentida em Mato Grosso do Sul, especialmente nas exportações de carne para a China. No primeiro semestre deste ano, o envio de carne bovina registrou um declínio de 22,12% em relação ao mesmo período de 2022, com um total de 92,66 milhões de toneladas exportadas, comparadas às 102,65 milhões de toneladas do ano anterior. Em termos de valores, a atividade totalizou US$ 443,13 milhões até junho, representando uma queda notável em comparação com os US$ 568,99 milhões negociados no mesmo período de 2022. Com isso, a proteína caiu para a terceira posição na pauta de exportações.
Sérgio Capuci, presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems), observa que, contrariamente às expectativas dos empresários, a demanda pela proteína não aumentou. "Tínhamos expectativas de crescimento por parte da China. No entanto, com os indicadores em baixa, não podemos falar em uma retração, mas sim em uma estagnação, já que não estão comprando mais do que antes", explica.
Essa situação causou frustração no setor, uma vez que, mesmo mantendo o volume de produtos enviados ao país asiático, os preços ficaram aquém do esperado.
O economista Staney Barbosa Melo, do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), destaca que desde o início da pandemia, a China vem enfrentando períodos de restrição econômica, cujos resquícios ainda persistem.
A China é um mercado crucial para as exportações de Mato Grosso do Sul, e essa desaceleração está estimulando o Estado a buscar a diversificação de mercados, visando reduzir sua dependência da economia chinesa. O cenário ressalta a necessidade de adaptação e busca por alternativas para minimizar os impactos das flutuações econômicas globais.
