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Produção de soja convencional, não transgênica, está em queda

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Foto: Freepik Por: Walter Azzolini | 21/08/2023 10:46

A produção de soja convencional, também conhecida como soja livre de transgenia, está enfrentando uma queda notável no Brasil. No ciclo de 2022-2023, a área destinada ao cultivo da soja livre foi de 986,2 mil hectares, com Mato Grosso representando quase 50% dessa extensão, conforme projeções do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Segundo informações do correiodoestado, para o ciclo 2023-2024, estima-se uma redução de 32,8 mil hectares, ou seja, uma diminuição de 32% na área plantada com soja livre em Mato Grosso, o que corresponde a metade da produção do estado.

César Borges, que ocupa novamente a presidência do Instituto Soja Livre, destaca que a soja convencional é um produto de alta tecnologia e valor agregado, requerendo cuidados meticulosos para garantir a segregação do grão. Por ser praticamente tudo transgênico, a separação do grão convencional é um desafio complexo.

O cultivo de soja livre de transgenia envolve custos adicionais devido às medidas necessárias para evitar a contaminação pelo grão geneticamente modificado. As fazendas produtoras passam por auditorias e a segregação da soja é certificada por agências independentes, permitindo sua entrada no mercado internacional.

A opção pelo cultivo de soja livre é impulsionada pela demanda da Europa, onde as redes varejistas oferecem valor adicional pela soja convencional para atender à preferência do consumidor por produtos sem transgênicos em sua composição. Esse prêmio financeiro sustenta o mercado brasileiro de soja livre.

A política ambiental da União Europeia tem gerado controvérsias. O presidente Lula expressou descontentamento com o que ele considera protecionismo comercial mascarado por preocupações ambientais. Além disso, na Irlanda, os produtores de leite enfrentam tensões com o governo devido à ameaça de abater 200 mil vacas nos próximos três anos como parte de esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e cumprir as metas da União Europeia.

No Brasil, as queimadas de desmatamento são a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa, enquanto a pecuária é a segunda maior, contribuindo com cerca de 16% do total. A Irlanda enfrenta uma situação semelhante, já que as vacas leiteiras emitem metano, um gás responsável por mais de um quarto do aquecimento global, tornando-as um grande fator de emissão no país.

A indústria de laticínios da Irlanda é vital para a economia, empregando dezenas de milhares de pessoas e exportando bilhões em produtos anualmente. O embate sobre a redução de vacas revela os dilemas enfrentados pelos setores de agricultura e pecuária em relação às metas ambientais e comerciais.

Alcides Torres, da Scot Consultoria, observa que o mercado de gado em Mato Grosso do Sul segue a tendência nacional, com cotações em queda. Nos últimos 30 dias, houve uma diminuição de 8,3% nos preços, abrangendo todas as regiões do estado. O mercado de reposição, responsável por repor o rebanho, também apresentou quedas nos preços em diversas categorias, apesar de algumas altas pontuais. Enfrentando uma situação semelhante a outras regiões do Brasil, o mercado de gado gordo e de reposição permanece desafiador em Mato Grosso do Sul.




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