Intrincado esquema de jogos ilegais revelado por roubos forjados e operação policial

Dois roubos de malote, supostamente forjados, ocorreram em menos de meia hora um do outro, no mesmo dia em que a polícia descobriu uma casa com 700 máquinas de jogo do bicho no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Os incidentes estão ligados à Operação Successione do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), realizada em 5 de dezembro.

Segundo documentos obtidos pelo Campo Grande News, os roubos aconteceram em 16 de outubro deste ano, a cerca de 5 km de distância um do outro. Os malotes continham R$ 5 mil e R$ 2,5 mil, respectivamente, e as vítimas estavam envolvidas com jogos de azar. Um policial militar reformado, conhecido como "Manelão", identificado como parte de um grupo rival, foi apontado como autor em ambos os roubos, sendo posteriormente preso na Operação Successione.

Durante as investigações, a polícia descobriu que um dos veículos usados nos assaltos estava registrado em nome de um "agente político" com vínculos hierárquico-funcionais com pessoas detidas na casa do Monte Castelo, onde ocorreu a apreensão das máquinas de jogo do bicho.

Os depoimentos revelaram que os roubos foram supostamente forjados como parte de um conflito entre grupos de jogo do bicho do Rio de Janeiro (MTS) e um grupo local chamado BET, que buscava assumir o controle da área e cooptar trabalhadores já envolvidos no negócio ilegal.

Os presos na operação do Gaeco afirmaram que as vítimas sabiam previamente sobre os roubos e concordaram com a encenação para justificar a mudança de empregador. A investigação foi encaminhada ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, indicando uma conexão entre os eventos e a operação em curso pelo Gaeco. O inquérito da polícia foi encerrado em 13 de dezembro.