| Naviraí/MS - Sexta-Feira, 29 de Marco de 2024

Operação do Gaeco desmantela esquema de corrupção policial ligado ao PCC e jogo do bicho


Foto: Reprodução Por: Walter Azzolini | 27/12/2023 11:12

Um major aposentado da Polícia Militar, conhecido como 'Barba', foi identificado como o responsável pelo gerenciamento do jogo do bicho na área de atuação da organização criminosa, de acordo com uma denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), à qual o Jornal Midiamax teve acesso exclusivo.

Segundo a denúncia no âmbito da Operação Sucessione, 'Barba' exerce controle sobre os membros do grupo criminoso, coordenando as atividades relacionadas à tomada do controle do jogo do bicho em Campo Grande. Conforme investigações, ele age sempre em conformidade com as ordens do líder da organização, um deputado estadual.

O major atua de maneira evidente com intermediários, fornecendo treinamento e supervisionando as atividades dos 'recolhes' e 'apontadores' do jogo do bicho, sem prejudicar a imagem do líder da organização.

Quando abordado na residência no Monte Castelo, em outubro deste ano, por policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), durante a apreensão de 700 máquinas do jogo do bicho, o major alegou estar jogando na companhia de outras pessoas.

No entanto, uma agenda apreendida na casa continha nomes e detalhes do esquema operacional atual do grupo de São Paulo, que domina o jogo do bicho em Campo Grande. A agenda também listava os 'recolhes' associados ao grupo de São Paulo, que estavam sob a mira do grupo liderado pelo deputado, seja para deixarem o grupo atual ou para serem alvos de futuras ações. A casa, onde o grupo foi encontrado em outubro, era alugada por um casal e servia como base logística para a organização criminosa, com um aluguel de R$ 2.500.

No dia anterior à ação do Garras, na casa do Monte Líbano, o grupo havia se reunido e decidido "ir para cima" dos concorrentes. O major teria participado de um dos roubos aos malotes do grupo rival.

O major foi preso na primeira fase da Operação Sucessione, deflagrada no dia 5 deste mês, quando foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ponta Porã.

O deputado também foi alvo da operação, com um mandado de busca e apreensão cumprido em sua residência, resultando na apreensão de celulares, uma pistola e um tablet pertencente ao filho do deputado. 

Os alvos em Campo Grande não foram encontrados, pois pelo menos dois estariam viajando. Conversas extraídas dos celulares apreendidos na primeira fase indicaram os nomes visados nesta segunda fase da Sucessione. O ex-fornecedor da Sejusp, que anteriormente prestava serviços de manutenção nos veículos da secretaria, teve um pedido de prisão na segunda fase, além do mandado de busca. Doze prisões foram convertidas em preventivas.

As detenções ocorreram como parte de uma operação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que teve como alvo membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). No total, 25 indivíduos foram presos. Os policiais, que estavam sob monitoramento através de escutas telefônicas, foram acusados de receber propina para proteger traficantes vinculados ao PCC enquanto atuavam na Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Sorocaba.

Os agentes enfrentam acusações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por diversos crimes, incluindo formação de quadrilha, falsidade ideológica, concussão, extorsão, tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico. Além disso, foram acusados de divulgar informações sigilosas.

Duas pessoas foram condenadas em 2019 a seis anos de prisão em regime semiaberto, juntamente com a perda de seus cargos, por vazamento de informações sigilosas e falsidade ideológica. Outros dois receberam uma sentença de dois anos em regime semiaberto, acompanhada da perda de cargos, por concussão. Ambos foram detidos em setembro deste ano para cumprir suas penas.

 

 




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