| Naviraí/MS - Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Ao contrário das estatísticas, violência contra mulher continua crescendo


Foto: Reprodução Por: Walter Azzolini | 23/01/2024 09:28

A persistência da violência doméstica contra mulheres permanece como uma temática recorrente nos noticiários diários, enfrentando consideráveis desafios em sua abordagem. A prevenção torna-se complexa, demandando a implementação de políticas públicas que promovam a conscientização social, o empoderamento feminino e a defesa de suas vidas. Desde o advento da pandemia de Covid-19, o Brasil testemunhou um aumento alarmante nos casos de violência doméstica, uma tendência que continua a se agravar.

O Mapa da Violência de 2015 revelou que, entre 1980 e 2013, o país registrou 106.093 assassinatos de mulheres, colocando-o como o quinto no ranking mundial de países com maior incidência desse tipo de crime em 2013. Durante o ano de 2023, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou a quarta edição da pesquisa "Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil", apontando que quase 30% das brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência ou agressão em 2022. Entre 2011 e 2021, mais de 49 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, pintando um retrato sombrio de um país onde a maioria das mulheres já experimentou algum tipo de violência, seja física, psicológica, patrimonial ou moral.

Em um cenário em que os índices gerais de violência e homicídios diminuem no Brasil, os dados indicam um aumento de 0,3% nos homicídios de mulheres. Isso levanta questionamentos cruciais tanto para a sociedade quanto para o governo: Onde estamos falhando? Por que a violência doméstica contra as mulheres persiste em contramão às tendências gerais de redução da criminalidade?

O Atlas da Violência de 2023, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destaca fatores como o menor controle social da violência devido ao isolamento social, a redução no orçamento para políticas de prevenção (com uma queda de 94% entre 2019 e 2022, de acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos - Inesc), somado às perdas de emprego que impactaram especialmente as mulheres, como contribuintes para o aumento da violência contra elas.

Apesar do anúncio, no início de 2024, da criação da Secretaria de Estado e Cidadania em Mato Grosso do Sul, com potencial para fortalecer políticas públicas voltadas para as mulheres, os registros alarmantes de 1155 casos de violência doméstica nos municípios sul-mato-grossenses indicam que o desafio persiste, demandando esforços contínuos e eficazes para reverter essa realidade preocupante




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