| Naviraí/MS - Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Assassinato de jornalista na fronteira completa um ano sem investigações concluídas pela polícia paraguaia


Léo Veras foi morto dentro de casa, na frente da esposa e dos filhos, no noite de 12 de fevereiro de 2020. Polícia paraguaia chegou a prender 10 pessoas suspeitas do crime, mas ainda não apontou mandante e nem quem teria realizado os disparos.
Foto: Facebook/Reprodução Por: | 28/05/2023 18:08

O assassinato do jornalista brasileiro Léo Veras na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, completa um ano nesta sexta-feira (12), sem conclusão das investigações por parte do Ministério Público paraguaio. Veras foi morto na noite de 12 de fevereiro de 2020 por dois pistoleiros quando estava jantando com a esposa e os dois filhos, no quintal de casa.

A Polícia Nacional do Paraguai chegou a prender 10 pessoas por envolvimento no crime, poucos dias depois do assassinato. As investigações, porém, não avançaram, e até o momento não houve a conclusão de quem teria sido o mandante dos disparos e quem executou o jornalista.

De acordo com Angelina Nunes, coordenadora do Programa Tim Lopes da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a polícia paraguaia demora na resolução do caso. "É um absurdo que até agora não haja uma solução. Não adianta tentar calar o jornalista pois as notícias não deixarão de ser publicadas, as denúncias vão acontecer. O que não pode acontecer é a sensação de impunidade, como vemos não só nesse caso da fronteira, como nos casos no Brasil", afirma.

Ela, que organizou uma investigação paralela sobre o caso, participa nesta sexta de um seminário em homenagem a Veras, com jornalistas brasileiros e paraguaios, para discutir o homicídio e também a violência contra profissionais da comunicação. Enquanto isso, a esposa do jornalista, Cinthia Veras, disse que a família continua com dificuldades financeiras, já que a renda vinha toda do site administrado pelo marido.

Procurado pelo G1, o Ministério Público do Paraguai não havia respondido sobre o andamento das investigações até o momento da publicação desta reportagem.

Lourenço Veras, ou Léo Veras, era bastante conhecido em Mato Grosso do Sul por seu trabalho. Ele era o dono de um site policial que produzia notícias da região da fronteira em português e espanhol. Frequentemente ele noticiava situações relacionadas ao tráfico de drogas.

De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola 9 milímetros. Um dos disparos acertou a cabeça dele no momento em que ele tentou correr dos assassinos. O jornalista chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular da cidade paraguaia, mas não resistiu.

Segundo o promotor do caso, Marco Amarilla, o jornalista estava recebendo ameaças de morte antes do crime. Em maio do ano passado, Waldemar Pereira, mais conhecido como Cachorrão, foi preso em Pedro Juan Caballero e foi apontado como outro suspeito de envolvimento na morte de Veras. Ele, no entanto, negou ter qualquer participação no crime.

 

G1/MS



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