O País passou da marca de 2 milhões de casos prováveis da doença; até então, 2015 tinha o maior números de casos, com quase 1,7 milhões
O Brasil atingiu 2.010.896 casos prováveis de dengue, segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, atualizado na última quinta-feira, 21. O registrado neste primeiro trimestre de 2024 é maior do que o total de casos registrados de dengue em todos os outros anos da série histórica do Ministério da Saúde, que começou em 2000.
O ano de 2015 era, até então, o que tinha o maior números de casos prováveis, com 1.688.688, seguido pelo ano passado, em que houve 1.658.816 casos prováveis de dengue.
Ainda assim, o número de óbitos confirmados por dengue ocorridos este ano ainda está distante do total registrado em 2023, quando 1.094 pessoas morreram pela doença. Até o momento, 682 mortes foram confirmadas pela doença em 2024 e outras 1.042 estão em investigação. O ano passado, inclusive, foi quando mais gente morreu de dengue no País.
Mudanças na distribuição de vacinas
Na última quarta-feira, 20, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que a pasta vai redefinir a estratégia de distribuição das vacinas da dengue.
Segundo a ministra, serão levados em conta os dados epidemiológicos atualizados e os estoques de vacina em cada unidade da federação. “Estamos trabalhando com respaldo dos conselhos estaduais e municipais de saúde e do nosso comitê técnico para que possamos aproveitar as vacinas que não foram utilizadas neste momento. Vamos fazer a redistribuição das doses que não foram aplicadas usando um ranqueamento dos municípios que estão em emergência por dengue”, explicou.
Até o momento, 1,5 milhão de doses foram distribuídas, a partir do lote recebido pela empresa fabricante. Dessas, 435 mil foram aplicadas. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, informou que, em breve, será divulgada nota técnica com orientações sobre a redistribuição de doses dentro dos respectivos Estados priorizados na vacinação. “Nosso novo critério é que os municípios que estão com maior número de casos recebam essas doses”, disse, reforçando que há toda uma logística complexa para distribuição.
A pasta também anunciou a destinação de mais de R$ 300 milhões para o incremento financeiro federal do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS). A recomposição do orçamento se dará por meio de aumento retroativo e contempla medicamentos que tratam sintomas da dengue.
Além disso, o ministério divulgou ter destinado, até o momento, R$ 79 milhões a Estados e municípios que decretaram situação de emergência em saúde pública por causa da dengue ou outras crises sanitárias.
Os recursos, segundo a pasta, são fruto de portaria destinada para medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública em situações que podem ser epidemiológicas, de desastres, ou de desassistência à população.