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Hoje é Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na última semana um novo documento destacando os patógenos que devem ser priorizados em pesquisas científicas com foco na prevenção de futuras pandemias. A atualização visa direcionar esforços para os vírus e bactérias que apresentam um risco elevado de desencadear novos surtos globais.
Para elaborar a lista, a OMS mobilizou 200 cientistas de 50 países para revisar 1.652 patógenos. Aqueles identificados como de “potencial pandêmico” são altamente transmissíveis, virulentos e capazes de causar doenças graves em humanos, além de não terem vacinas ou tratamentos disponíveis até o momento.
O documento destaca a importância de uma abordagem científica robusta para melhorar a preparação para surtos futuros, Emergências de Saúde Pública de Preocupação Internacional (PHEICs) e pandemias. Em vez de focar em patógenos isolados, a ênfase está na pesquisa de famílias virais e bacterianas que representam riscos globais, sublinhando a necessidade de investimentos em pesquisa e inovação em escala internacional.
Entre os patógenos incluídos estão o coronavírus, o vírus mpox e a varíola comum (apesar de erradicada em 1980, a população não é mais vacinada contra a doença). A lista também cobre diversos tipos de influenza A, como o H5, que afeta rebanhos americanos, e bactérias responsáveis por disenteria, diarreia, pneumonia, cólera, e pestes bubônica, septicêmica e pneumônica.
Para a região das Américas, a OMS destaca patógenos específicos como o Orthohantavirus sinnombrense e o Alphavirus venezuelan (anteriormente conhecidos como hantavírus e vírus da encefalomielite equina venezuelana). Além disso, foram identificadas ameaças de menor risco, como o Mammarenavirus juninense (febre hemorrágica argentina) e o Orthobunyavirus oropoucheense (vírus oropouche).
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou a importância da ciência e da coordenação política na mitigação dos impactos de futuras pandemias. Durante o encontro global sobre preparação para pandemias realizado no Rio de Janeiro, ele afirmou: “A história nos ensina que a próxima pandemia é uma questão de quando, não de se. Precisamos que a ciência e a determinação política se unam na preparação para a próxima pandemia. Avançar nosso conhecimento sobre os muitos agentes patogênicos que nos cercam é um projeto global que exige a participação de cientistas de todos os países.”
