Casos de sarampo confirmados em São João de Meriti reforçam importância da vacinação

O Ministério da Saúde confirmou dois casos de sarampo no município de São João de Meriti, na região metropolitana do Rio de Janeiro. As amostras, analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) e pela Fiocruz, revelaram a presença do vírus em duas crianças da mesma família. Ambas receberam atendimento médico e passam bem, sem complicações.

De acordo com critérios internacionais, esses casos esporádicos não afetam o status do Brasil como país livre da circulação do vírus do sarampo, da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita, reconquistado em novembro de 2024. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) reafirmou a certificação do Brasil após o país ampliar sua cobertura vacinal. Em 2024, a taxa de vacinação com a primeira dose da Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, atingiu 95,22%, enquanto a segunda dose chegou a 79,73% — um avanço significativo em relação aos índices de 2022, que eram de 80,7% e 57,64%, respectivamente.

Apesar do progresso, especialistas alertam que a manutenção dessas taxas é crucial para evitar novos surtos. "Casos isolados como esses são comuns em países que já eliminaram a circulação endêmica do vírus, mas servem como um alerta para a importância da vacinação contínua", explica um representante do Ministério da Saúde.

Vacinação é a principal arma de prevenção

A vacina contra o sarampo é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a população de 12 meses a 59 anos. O esquema completo consiste em duas doses para pessoas de até 29 anos e uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Para crianças, a imunização deve ocorrer aos 12 e 15 meses de idade. Atualmente, os estoques de vacinas estão garantidos em todo o país.

Em resposta aos casos confirmados, o Ministério da Saúde realizará uma visita técnica à Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) na próxima semana. O objetivo é apoiar as ações locais e planejar estratégias ampliadas para fortalecer a vigilância e a cobertura vacinal.

Caso anterior em Itaboraí

Em fevereiro de 2024, outro caso esporádico de sarampo foi confirmado no município de Itaboraí, também no Rio de Janeiro. A vítima foi uma criança de seis anos, que foi atendida no Hospital Municipal em outubro do mesmo ano. Segundo os técnicos da vigilância estadual, não há relação entre os casos de Itaboraí e os de São João de Meriti.

Diante da suspeita de sarampo, as autoridades de saúde adotaram medidas rigorosas para conter a possível disseminação do vírus, incluindo isolamento do paciente, rastreamento de contatos, bloqueio vacinal seletivo e busca ativa de casos suspeitos. Após 30 dias de monitoramento, nenhum caso secundário foi identificado, nem mesmo entre familiares e colegas de escola.

Vigilância contínua

O Ministério da Saúde continua monitorando a situação em conjunto com as vigilâncias estadual e municipal, além da Câmara Técnica Nacional de Especialistas para Interrupção da Circulação do Sarampo e Sustentabilidade da Eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita no Brasil. A mensagem é clara: a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir surtos e proteger a população.

Enquanto o país celebra a recertificação como livre do sarampo, os casos recentes servem como um lembrete de que a imunização deve ser mantida em alta para evitar retrocessos. "A vacina salva vidas e protege comunidades. É um dever de todos garantir que nossas crianças e adultos estejam protegidos", reforça o Ministério da Saúde.