Sem energia elétrica, bares e restaurantes trabalham à luz de velas e tem prejuízo de até R$ 30 mil na capital

No Sushi Campo Grande, localizado na Rua 7 de Setembro, que atende apenas delivery, os pedidos foram feitos com a iluminação restrita, com velas e luminária à pilha.

"Conseguimos fazer só os pedidos que estavam agendados antes do temporal, depois nem conseguimos mais atender, tivemos que recusar pedidos e fechar, perdemos muita venda", explica Flávia Freitas, esposa do proprietário e responsável pelo atendimento ao cliente do restaurante.

O tempo começou a mudar em Campo Grande, por volta das 15 horas de ontem, com ventos que chegaram a mais de 90 km/h e derrubou mais de 150 árvores, segundo informações da Defesa Civil. Vários pontos da cidade ficaram sem energia elétrica.

"Ficamos sem luz das 15h às 20 horas. Então fizemos alguns ajustes nos freezers que ainda estavam gelados e compramos gelo para caso precisasse. Mas, graças a Deus voltou e não precisou. A média de pedidos na sexta-feira é de 30, fizemos apenas 4. Só pelo celular, recusamos mais de 12 pedidos. Fomos entregar para o cliente de carro e ele estava sem luz também", conta Flávia.

 

O empresário Jorge Luís Capelli de Campos, não teve a mesma sorte. A luz não voltou até a manhã de hoje no Maó Boteco e Saagio Pizza, localizados na região central de Campo Grande. Os prejuízos estão estimados em R$ 30 mil.

"Eu transferi um pouco de bebida para um freezer que eu tenho, que dá para colocar gelo. Como ele estava ligado, segura bem a temperatura. Eu estou indo atrás de um gerador para ligar algumas coisas, como geladeira e fritadeira, mais um freezer e computador do caixa", pontua.

Já na pizzaria, o problema foi ainda maior.

 

"Como eu trabalho com massa de longa maturação, as massas devem ter estragado, porque elas fermentam e ficam sem temperatura para maturar, que é a 3 graus. Vou ter que fazer outra massa para trabalhar. Isso se o gerador conseguir abrir as portas, que são automáticas", frisa.

Portas fechadas

 

No Maracutaia, também na Rua Sete de Setembro, não houve atendimento na sexta-feira (15) devido à falta de luz. "Não conseguimos abrir na noite de ontem e estimamos um prejuízo alto", afirma Ana Maioli, funcionária do estabelecimento.

 

"A energia acabou por volta das 15 horas da tarde de ontem e voltou apenas na madrugada, agilizamos as coisas para a feijoada de hoje na luz de emergência. Ainda não conferimos os refrigeradores, vamos ver agora, o que está funcionando e se tem algo queimado", ressalta. Além de conferir os estragos, a equipe precisou se desdobrar em um "faxinão", para limpar a poeira e o caos da noite anterior.

 

No Domus Bistrot, a luz também demorou a voltar e acabou prejudicando o atendimento. "Atrapalhou um pouco. Ficamos sem luz das 16h às 19h30, mas normalmente abrimos às 18h30 e não conseguíamos ter previsão de volta. Conseguimos abrir, mas com atraso. No final, dos males foi o menor", acredita o chef e proprietário do restaurante, André Nardo.

Segundo ele, nas sextas-feiras, a expectativa de atendimento é alta, com em média, 40 clientes. "Tivemos apenas 10 pessoas, quatro mesas ocupadas", pontua.