O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou nesta quarta-feira (16) que os Estados Unidos deveriam abandonar a política de "pressão máxima" e evitar ameaças e chantagens, caso realmente desejem manter um diálogo produtivo com Pequim e conter o avanço da guerra tarifária.
A declaração veio um dia após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o presidente Donald Trump não vê necessidade de firmar um acordo com a China sobre tarifas comerciais. Segundo ela, agora é responsabilidade do governo chinês avançar nas negociações.
"A bola está com a China. Eles precisam fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles", disse Trump, segundo a porta-voz. O presidente ainda declarou que "a China quer o que nós temos: o consumidor americano", reforçando que não há distinção entre o país asiático e outros parceiros comerciais, além de seu tamanho.
Em resposta, Li Jian destacou que os Estados Unidos foram os responsáveis por iniciar a guerra tarifária e enfatizou que a China não busca conflito, mas também não teme enfrentá-lo.
A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou nas últimas semanas. No início do mês, Trump anunciou um novo pacote de tarifas contra produtos chineses e de outros países. Uma semana depois, os EUA reduziram temporariamente as taxas por 90 dias para permitir negociações — mas, mesmo assim, mantiveram e até ampliaram os encargos sobre itens chineses.
Hoje, as tarifas aplicadas pelos EUA a produtos chineses chegam a até 245%, com exceção de eletrônicos como celulares e laptops. Em contrapartida, a China impõe tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos. Com informações G1.