O papa Francisco morreu aos 88 anos, às 7h35 desta segunda-feira (21), pelo horário local (2h35 no horário de Brasília), segundo informou o Vaticano. Ele faleceu na Casa Santa Marta, residência oficial no Vaticano. A morte foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell. Francisco enfrentava uma série de complicações de saúde, principalmente respiratórias, e estava internado havia cerca de 40 dias após ser diagnosticado com pneumonia dupla.
No sábado (19), ele apareceu publicamente na Basílica de São Pedro e, no domingo (20), fez uma última bênção aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano. Em seu discurso, apelou aos líderes políticos para que “não cedam à lógica do medo”, incentivando o uso de recursos em prol dos mais necessitados e do combate à fome.
Francisco foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o posto máximo da Igreja Católica, após a renúncia de Bento XVI, em 2013. Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, era filho de imigrantes italianos. Formado em química, ingressou no seminário em 1958, sendo ordenado sacerdote em 1969. Ascendeu a bispo auxiliar em 1992 e tornou-se arcebispo da capital argentina em 1998. Em 2001, foi nomeado cardeal por João Paulo II.
Além da vida religiosa, teve forte atuação acadêmica. Lecionou e foi reitor da Faculdade de São Miguel e obteve doutorado em teologia pela Universidade de Freiburg, na Alemanha. Como papa, adotou um discurso mais progressista, buscando reformas internas, promovendo o diálogo inter-religioso e enfrentando com firmeza os escândalos de abusos sexuais dentro da Igreja.
Em 2023, reuniu-se com vítimas de abusos cometidos por clérigos em Portugal, criticando duramente a atuação da Cúria Romana. Já em 2025, autorizou novas diretrizes para permitir que homens gays ingressem em seminários, desde que vivam a castidade.
Sua saúde foi motivo de preocupação constante. Ainda jovem, teve parte de um pulmão removido. Em 2023, ficou hospitalizado por uma bronquite grave e, nos últimos anos, precisou usar cadeira de rodas devido a fortes dores no joelho. Em fevereiro de 2025, voltou a ser internado por uma nova crise respiratória e não resistiu às complicações.
O legado de Francisco será lembrado por sua simplicidade, compromisso com os pobres, defesa dos direitos humanos e esforço em aproximar a Igreja da sociedade contemporânea.