O Vaticano confirmou, na manhã desta segunda-feira (21), a morte do Papa Francisco, ocorrida durante a madrugada, às 2h35 no horário de Brasília (7h35 no horário de Roma). Jorge Mario Bergoglio, o primeiro pontífice latino-americano da história, faleceu aos 88 anos após um pontificado de 12 anos marcado por carisma, reformas e desafios internos na Igreja Católica.
A primeira cerimônia oficial acontecerá ainda nesta segunda, às 15h (horário de Brasília), com o rito de constatação da morte e o início do processo de deposição do corpo na urna funerária. O ato será presidido pelo Cardeal Kevin Joseph Farrell, Camerlengo da Santa Igreja Romana.
Às 19h45, o corpo do Papa será velado na Capela da Domus Sanctae Marthae, sua residência durante o pontificado. Esse momento marca o início dos Novendiales, o tradicional período de nove dias de luto oficial no Vaticano.
Durante esse período, serão realizadas três etapas litúrgicas: o embalsamamento e a vestição com paramentos sagrados; uma procissão solene até a Basílica de São Pedro, onde o féretro será exposto para orações públicas; e, por fim, a missa de exéquias, que reunirá fiéis, autoridades civis e líderes religiosos na Praça de São Pedro.
Atendendo a um pedido pessoal, Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, e não na cripta papal sob a Basílica de São Pedro, como é tradição entre os pontífices. O túmulo será aberto à visitação pública.
Na véspera de sua morte, no Domingo de Páscoa (20), Francisco compartilhou em suas redes sociais o que se tornaria sua última mensagem pública: “Na maravilha da fé pascal, trazendo no coração todas as expectativas de paz e libertação, podemos dizer: Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça.”
Desde fevereiro, o Papa enfrentava problemas respiratórios causados por uma bronquite, que o obrigaram a interromper compromissos públicos. Em uma de suas últimas audiências, ele afirmou: “Espero que na próxima vez eu possa [ler], ainda não consigo com a minha bronquite”.
Francisco deixa um legado de simplicidade, diálogo inter-religioso, defesa dos pobres e forte apelo à fraternidade humana. Seu papado, embora inovador em muitos aspectos administrativos e pastorais, manteve-se fiel às bases doutrinárias da Igreja.